Quem é colocado na posição de alfabetizando? – As criancinhas! – Dirão muitos de nós. Em escolas regulares, somente às crianças do segmento Educação Infantil é dado este título: alfabetizando. E segue, junto a esse título, uma infeliz realidade: ser um alfabetizando não é motivo de festa, nem de prestígio, uma vez que àquele que ainda não desvendou o código linguístico (e apenas o código linguístico é considerado), só é dado o direito de treinamento, na maioria das vezes, exaustivo, e o julgamento de que não sabem de quase nada, afinal, ainda não sabem ler. Em minhas conversas diárias com os pais de nossos alunos, ouço com certa frequência: “Venho de escolas muito tradicionais. Por isso, preciso aprender como se dão as coisas nas escolas hoje em dia.” “O que preciso aprender para ensinar o meu filho?” “Minha filha mais velha sofreu muito em seu processo de alfabetização. Muito diferente do que foi feito aqui na Casa, com minha outra filha.” Estes três questionamentos além de perguntas, carregam muitas respostas. De tudo, recorto as reflexões a seguir, como um ponta pé inicial de conversas sobre alfabetizações que iniciamos hoje: – Todos nós somos alfabetizandos: bebês, crianças, jovens, adultos e idosos! Passamos nossa vida desvendando códigos, criando a partir dessa descoberta, e pensando em como aquilo que será criado pode servir ao bem comum (aqui, um processo específico para a comunidade escolar da Casa Fundamental: pais, alunos, professores e colaboradores). – Porque somos todos alfabetizandos, a condição de encantamento com as coisas do mundo pode ser presente, também, para nós, adultos que conduzimos nossos filhos e nossos alunos. Por isso, a resposta sobre o que preciso aprender para ensinar o meu filho pode residir na vontade de escolher vibrar na frequência do encantamento pelo novo, que nos chama a cada “Bom dia!”, experimentado com os nossos filhos e os nossos alunos. – E as escolas estão muito diferentes hoje em dia? Infelizmente, não todas! Mas, para isso, trabalhamos, localmente, todos os dias. O título desta nossa conversa sobre alfabetizações faz referência e anuncia o título do poema de Vladimir Maiakósvski (poeta russo, citado como um dos maiores poetas do século XX): A Extraordinária Aventura vivida por Vladimir Maiakóvski no Verão na Datcha. Recomendo a leitura! “Brilhar para sempre, brilhar como um farol, brilhar com brilho eterno, Gente é pra brilhar”
Marina Mariano, Diretora Pedagógica da Casa Fundamental

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